É difícil falar sobre isso pois sei como é uma luta essa coisa de amar a si próprio.  Passei anos e anos sentindo-me péssima e apenas enxergando meus defeitos. Depois de mudar por causa de amigos, amores passageiros e tantas outras coisas, percebi que estava vazia. Que havia perdido meu verdadeiro amor por mim mesma e minha identidade. 

  Nossa geração acabou se moldando às aparências e está sempre tentando achar um padrão ou criar rótulos. Isso é algo que nos machuca através da comparação com os outros. Mas agora eu entendo como isso é errado, e que quando nos comparamos com alguém estamos comparando os nossos "bastidores por trás das câmeras" com a vida "nos holofotes" de alguém. Aprendi que todos tem seus problemas e lutas internas, e que não devo sentir como se tal coisa só acontecesse comigo pois todos passam pela dor. E com os erros nós aprendemos, é a vida, afinal de contas. Mas a coisa que mais tenho aprendido foi como amar a mim mesma.

  Aprendi que posso ser quem eu quiser, que não preciso seguir tal grupo ou ter vergonha de tudo aquilo que forma minha personalidade e caráter. Somos diferentes e todos nós temos qualidades. Com isso aprendi a dar valor a quem sou e ao que tenho hoje. Pensar que sou merecedora de algo bom apesar de tudo, não colocar outros em patamares elevados acima de quem sou. 

   Costumava passar o Dia dos Namorados lamentando por estar sozinha, sem ter "minha metade" ou algo do tipo. Mas descobri que não preciso que alguém me complete, já sou inteira. Valorizo a quem está perto, mas sei bem meu valor. Não estou aqui para levantar a bandeira da solteirisse nem nada disso. Apenas quero mostrar que podemos aproveitar a vida sem dependermos de alguém para nossa felicidade.

  Hoje sinto-me bem comigo mesma e o resto do espaço Deus preenche. E quando chegar a hora será no momento certo com alguém que valerá a pena toda a espera. Alguém que consiga somar ao invés de completar. E enquanto isso aproveito tudo o que a vida tem me proporcionado e aprendo a valorizar meus acertos e pequenas conquistas enquanto me descubro e aprendo a sentir-me bonita do meu jeito. 

  Um dia alguém disse que "não há nada mais libertador e poderoso do que aprender a gostar de sua própria companhia", hoje vejo os frutos dessa liberdade.